17 de fevereiro de 2016

3. Transferência de renda de pobres para ricos.

Crédito da imagem: Estadão

O Banco Bradesco apresentou lucro líquido de R$ 17,19 bilhões, 13,92% de aumento em relação ao número de 2014 que foi de R$ 15,08 bilhões. A rentabilidade em relação ao patrimônio líquido de R$ 88,90 bilhões foi de 20,5%.

Crédito da imagem: Estadão

O quinto maior banco comercial, o Banco Santander Brasil alcançou o lucro líquido de R$ 6,6 bilhões em 2015, com aumento em relação ao ano anterior de 13,2%. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido foi de 12,4%. 

Enquanto o setor produtivo brasileiro amargou prejuízo em 2015, marcado pela retração de 3,67% no PIB, o capital especulativo, incluindo todo sistema financeiro, vem ampliando o seu patrimônio conforme já noticiei em matéria no final do ano no meu blog Dilma transfere 200 bilhões para banqueiros . 

É importante que o sistema financeiro tenha solidez e liquidez. No entanto, vamos lembrar que o sistema bancário é concessão de serviço público. Ponto final. As instituições bancárias agem e prestam serviços de administração da moeda, sob supervisão e fiscalização do Banco Central do Brasil. Por esta razão, entre outras, que o Banco Central pode intervir "extra-judicialmente" a uma qualquer instituição financeira, para garantir a saúde do setor financeiro do País.

O sistema bancário, especuladores e fundos institucionais, ao contrário do setor produtivo, ganham com a inflação.  Eu disse, "ganham" com a inflação. Quanto maior o índice de inflação, maior o ganho. Os bancos torcem pela inflação alta. O setor bancário navega à favor da crise econômica, de preferência associada à inflação alta. O Brasil está como diabo gosta. A transferência de renda dos pobres para os ricos ocorre com maior volume e facilidade com a inflação alta. 

Com a inflação em alta e taxa básica de juros Selic nas alturas, as grandes corporações preferem aplicar o seu capital financeiro na dívida do Tesouro do que aplicar no sistema produtivo, sem correr risco inerente às suas atividades produtivas. Isto é uma distorção da política "neoliberal" preconizada pelo FMI e adotada no País. O Brasil é cotista importante do FMI, ocupando a 10ª posição em aporte de capital, para vocês entenderem o envolvimento do Brasil com o FMI. 

O privilégio dado ao setor bancário em detrimento do setor produtivo é política econômica dos últimos governos. É uma distorção da matriz econômica "neoliberal" adotada nos últimos 21 anos pelos sucessivos governos que levou a economia à situação de depressão.  A política "neoliberal" com forte intervenção do Estado na economia, não difere muito entre o governo do PT e o governo do PSDB. O governo Temer, não está diferente.

É exatamente, dentro deste contexto é que defendo uma "nova matriz econômica", que não é tão nova, mas diferencia da "neoliberal" clássica praticada pelos últimos governos. Quem ler atentamente, as minhas matérias no meu blog, desde 2012, saberá a diferença das matrizes econômicas entre a "neoliberal" e a dos que se opõe como nós fazemos. 

Com Temer ou um eventual um novo governo, não haverá chance do País tomar o rumo do "desenvolvimento sustentável", se não houver mudança da política econômica "neoliberal" para a política liberal defendido por este e-book. Mudança de nomes na presidência, não significa muito, se não houver a mudança na matriz econômica do futuro ou qualquer presidente da República. 

Ossami Sakamori